segunda-feira, 6 de junho de 2011

Interferência 01 - Patrulha Bandeirantes



Neste sábado, 02 de abril, estreou o quadro Interferência, no Você é Curioso?, da Rádio Bandeirantes. No primeiro sábado de cada mês, vou comandar a atração no programa de variedades da emissora que vai ao ar das 10 às 12 horas.

Confesso que interferir como colaborador de um dos programas que mais gosto (o outro é o Na Geral) na emissora que mais admiro é um dos maiores prêmios que já tive em minha carreira de comunicador.


Acompanhe aqui a 1ª edição do quadro e, em seguida, alguns comentários enviados pelos ouvintes.
(Se o player não estiver visível, clique aqui)

Na estreia, falamos sobre o programa pioneiro do gênero policial no rádio, o Patrulha Bandeirantes. Na sequência, os apresentadores Marcelo Duarte e Silvânia Alves contam com as participações mais que especiais de Salomão Ésper e Francisco Prado para reproduzir nos dias de hoje o formato de radioteatro do antigo programa.

Conheça mais:
Patrulha Bandeirantes. Defendendo a cidade contra com o crime. Não havia em São Paulo quem não conhecesse esse bordão. Entre 1955 e 1974, o programa se destina a dramatizar os crimes publicados pelos jornais no dia anterior.

Apresentado toda manhã, o radioteatro contava ainda com utilidade pública e com a ronda das delegacias no quadro “As Bronca e os Afano do Dia”. Durante boa parte de sua permanência no ar, o narrador titular foi Leonardo de Castro. No elenco, merecem destaque também Muíbo César Cury e Ronaldo Baptista.

Os sons de tiros, batidas de carros, gritos e de tudo o que dava clima às histórias radiofonizadas pelo Patrulha Bandeirantes permaneceram no ar até 1974. É curioso observar o sucesso do programa em uma fase em que o radioteatro já não era comum. As equipes estavam enxutas e os grandes elencos tinham perdido espaço para os disck-jóckeis. No campo policial, repórteres especializados se encarregam de narrar histórias de crimes. Na própria Bandeirantes, José Gil Avilé, o Beija-Flor, foi pioneiro no estilo.

Lançada e idealizada por Clodoaldo José, Patrulha Bandeirantes chegou a ter sua versão televisiva. No dia13 de maio de 1967 entra no ar a TV Bandeirantes. No anúncio publicado nos principais jornais, o texto ressalta que naquela segunda-feira, às 4 e meia da tarde, o início da “programação completa” incluía... o Clube dos Heróis, o primeiro capítulo de Os Miseráveis, Ary Toledo, Jericho, Patrulha Bandeirantes e Os Titulares da Notícia, outro grande jornalístico que teve origem na Rádio Bandeirantes (veja anúncio da Folha de São Paulo no início desta postagem).

Patrulha Bandeirantes surge em um período em que o rádio já sofria a concorrência da TV. Aos poucos, boa parte do elenco, da programação e da verba publicitária migram para o novo meio de comunicação.
O rádio busca saídas mais econômicas. O elenco de radioteatro se torna reduzido e passagens curiosas ganham espaço, como a contada por Salomão Ésper envolvendo Zezinho Cutulo.

Patrulha Bandeirantes marcou época e até hoje faz escola no rádio brasileiro. Entre os grandes nomes que escreveram para o programa, além de Clodoaldo José, destacam-se Luiz de Oliveira, Arapuã, Cardoso Silva, Hélio Rossi, Chico de Assis e Thalma de Oliveira.

OUÇA MAIS:
Acompanhe aqui uma história completa levada ao ar em dezembro de 1972 e reapresentada no programa Memória, do jornalista Milton Parron.


Acompanhe minhas outras Interferências aqui



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