sábado, 6 de fevereiro de 2021

Interferência: Homenagem a Ricardo Boechat

Em 11 de fevereiro faz dois anos que o rádio perdeu um de suas vozes mais familiares. Acompanhe a homenagem que fizemos no Interferência, apresentado aos sábados, entre 10h e meio-dia, no Youtube e Facebook do "Guia dos Curiosos".

A partir de 2006 quem ouve rádio se acostumou com uma voz familiar que, infelizmente, não é mais ouvida pelas manhãs desde fevereiro de 2019: a de Ricardo Eugênio Boechat. O saudoso comunicador nasceu na Argentina, cresceu em Niterói e viveu em São Paulo a partir de 2006, quando se torna o âncora da Bandnews FM e apresentador do Jornal da Band.

Antes de ser jornalista, ele se dedica à venda de livros e da tradicional enciclopédia Barsa. Em uma das visitas foi à casa do pai de uma amiga de escola. Kléber Saboya, que era do Diário de Notícias, disse que aquele jovem devia se dedicar ao texto. 

No dia seguinte, Boechat conversa com o chefe de reportagem daquele jornal carioca, o Rui Bruno Ávila, e é contratado. Isso foi em 1971. Pouco tempo depois, passa a auxiliar em uma das colunas mais tradicionais da mídia impressa, a de Ibrahim Sued. Ainda nos anos 70, em 1973, tem uma primeira passagem no rádio, como chefe de reportagem da Nacional do Rio de Janeiro.

A partir desse início assume diversas funções em diferentes e importantes veículos de comunicação, como  O Globo, O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Mas em entrevistas ele sempre se referia ao papel como âncora de rádio como a grande surpresa que teve na carreira, como neste depoimento ao colega de bancada na Bandnews, Eduardo Barão, em entrevista ao canal “Barões do Rádio”, que foi gravada pouco tempo antes da morte de Boechat em 11 de fevereiro de 2019.

Assim como já havia sido reconhecido na mídia impressa, com três Prêmios Esso, em 1989, 92 e 2001, como âncora de rádio vence os principais troféus do meio, como o APCA, o Comunique-se e o de Jornalista mais admirado do país, junto com Miriam Leitão, nos anos de 2014 e 2015, em eleição do Portal dos Jornalistas. Mas o maior prêmio conquistado por Boechat e, ele fazia questão de dizer isso, foi o contato direto com os ouvintes. Ele, inclusive, abria o jornal da Bandnews, às 7h30 da manhã, comunicando o número de seu celular pessoal, para que ouvintes pudessem dividir informações, que, muitas vezes, eram levadas ao ar.

Em 23 de outubro de 2014, ele recebe no estúdio da Bandnews uma de suas ouvintes mais participativas. No vídeo você acompanha esse emocionante e divertido momento do nosso acervo de Peças Raras.

Boechat morreu em 2019 deixando centenas de milhares de ouvintes órfãos. Mas seus pensamentos e forma de expressar as ideias deixou marcas em outros profissionais e inspirou uma forma mais espontânea de comunicação no rádio. Assim como na Enciclopédia Barsa, em que Prêmio e Rádio estão no mesmo exemplar, essas palavras também estiveram juntas nos últimos anos de vida de Boechat.



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