Todo primeiro sábado do mês, tem Interferência no "Você é Curioso?", programa de variedades que é apresentado das 10 às 12 horas na Rádio Bandeirantes. O quadro traz informações sobre um programa que fez história na emissora e, em seguida, os apresentadores Marcelo Duarte e Silvânia Alves - com a participação de convidados especiais - reconstituem um roteiro original ou adaptado da atração.
Nesta última edição do Interferência de 2020, acompanhe no vídeo acima a participação do jornalista e radialista Luiz Fernando Magliocca e a história de uma das muitas marcas criadas para o rádio nos anos 1980 e que até hoje tem sido utilizada.
"Uma Só Voz" foi composta como tema de fim de
ano para a extinta Cidade FM de São Paulo, por Marcelo Fromer e Toni Bellotto,
dos Titãs. Até então o comum eram os próprios locutores se dividirem na interpretação das músicas ou versões que eram criadas por emissoras de rádio voltadas ao público jovem.
A música foi lançada em flexi-disc em
dezembro de 1985 e distribuída para alguns ouvintes, por meio de sorteio. "Uma só voz" foi o resultado de uma disputa criada pela emissora entre os integrantes dos Titãs.
Uma outra composição foi desenvolvida por Branco Mello, Charles Gavin, Sérgio Britto, Paulo Miklos e Nando Reis. Apesar de não ter vencido o concurso, essa música foi gravada em 1996. Trata-se de "Pela Paz", um dos grandes sucessos da banda.
Em formato de flexi-disc, a mensagem foi distribuída como
uma espécie de cartão de Natal aos ouvintes
Abaixo, acompanhe a música "Uma só voz" na íntegra:
Saiba quem foram os artistas que participaram da gravação:
Banda
Marcelo Fromer — guitarras
Toni Bellotto — guitarras
Charles Gavin — bateria
Nando Reis — baixo e vocal
Paulo Miklos — guitarra e vocal
Branco Mello — vocal
Lulu Santos - guitarra e vocal
Kid Abelha
George Israel — saxofone
Paula Toller — vocal
Outros
Herbert Vianna (d'Os Paralamas do Sucesso) — guitarra
Final de ano é sinônimo de especial do Roberto Carlos. Este ano ele não será produzido. Então, o "Olá, Curiosos!", programa que vai ao ar das 10 às 12h, aos sábados, no canal "Guia dos Curiosos" (Youtube e Facebook), fez um mini-especial para o rei.
Interferimos nesta homenagem com a presença de Dudu Braga, filho de Roberto Carlos e apresentador do programa "As Canções que você fez pra mim".
"As Canções que você fez pra mim"
Há duas décadas, o programa conta o melhor da obra e carreira dos mais de 50 anos de sucesso do Rei Roberto Carlos. Ninguém melhor que o filho do Rei para comentar todos os detalhes, curiosidades e “causos”, no desenrolar do programa intercalando com as músicas e composições.
A atração é apresentada pelas rádios Nativa e Jangadeiro, aos domingos, das 7 às 8 da manhã.
Depois de destacar as participações de Lombardi no rádio em post recente aqui no Peças Raras, hoje homenageamos os 90 anos de Silvio Santos. E como estamos sempre em sintonia com o rádio, convidamos o autor da biografia "Silvio Santos: a Trajetória do Mito" (ed. Matrix, 2017), professor Fernando Morgado. Ele dá um depoimento exclusivo para o nosso podcast e também para o quadro "Interferência", que comandamos dentro do programa "Olá, Curiosos!".
Começamos com o episódio do podcast Peças Raras, em que você acompanha Silvio Santos lançando marchinha de carnaval para 1959 no programa Nelson de Oliveira (Rádio Nacional de São Paulo) e também um trecho de Silvio Santos apresentando seu programa de rádio.
OUÇA MAIS EDIÇÕES DO PODCAST PEÇAS RARAS NO SEU AGREGADOR DE ÁUDIOS PREFERIDO:
Professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso. Membro da Academy of Television Arts & Sciences, entidade realizadora dos prêmios Emmy. Coordenador adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Possui livros lançados no Brasil e no exterior, incluindo "Comunicadores S.A." (2019) e o best-seller "Silvio Santos - A Trajetória do Mito" (5ª edição em 2017). É um dos autores de "Covid-19 e Comunicação - Um Guia Prático para Enfrentar a Crise" (2020), obra publicada em português, espanhol e inglês. Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. Site: fernandomorgado.com
Acompanhe projetos originais que marcaram o rádio, como o Rádio Encontro, da Gessy Lever. Aqui um trecho em que Moacyr Franco foi o destaque em 1989. Tem também os podcasts exclusivos da Deezer e da Amazon Music, com grandes histórias e nomes da MPB, apresentados respectivamente por Roberta Martineli e Nelson Motta. Veja um trecho do teaser da entrevista com Milton Nascimento.
Ouça também o episódio do podcast Peças Raras que traz um episódio completo do Rádio Encontro com Moacyr Franco:
Curioso para saber se uma das vozes mais marcantes da história da TV brasileira, a de Lombardi, do programa Silvio Santos, também brilhou no rádio?
Neste podcast, que pode ser acessado aqui ou ouvido no player abaixo, você vai ouvir participações do locutor que trabalhou durante cerca de 40 anos ao lado de Silvio Santos, nas rádios 97 FM de Santo André e Cultura AM, de Santos.
Lombardi morreu em 02 de dezembro de 2009, mas seu tom alegre de comunicar permanece vivo na memória de quem o ouviu no rádio ou na TV.
Assista também à homenagem em vídeo, feita para o quadro Inteferência, levado ao ar no youtube e facebook do Guia dos Curiosos, entre 10 e 12h, aos sábados.
Ouça mais:
No player abaixo, relembre uma edição do boletim Radioescuta Peças Raras, de 2009, em que Ernesto Varela (Marcelo Tas) entrevista Lombardi, na 89 FM:
O comunicador Cesar Rosa foi um dos primeiros locutores
da Cidade FM em São Paulo. Nos anos 80 inaugurou um estilo novode apresentador de FM fazendo parte da equipe
da Rádio Cidade. Na Jovem Pan 2, fez sucesso comoapresentador do programa São Paulo by Night,
entre 1985 e 87. No mesmo gênero de programas com músicas menos aceleradas apresentou
depois o Alpha By Night, na Alpha FM, de São Paulo, onde ficou até 1989.
Em 25 de Maio de 1989, foi para Portugal comandar o
Cidade By Night, que mesclava músicas românticas e que transmitiam saudade.
O tema de abertura do programa era uma versão do tema do
Blade Runner. Segundo o site www.saudadecidade.com, músicas como "Bed of
Roses", de Bon Jovi foi um dos clássicos do programa. A página mantida por
portugueses cita ainda que o Cidade By Night gerou 2 edições em CD que vinham
dentro de uma caixa de madeira.
Esta história em detalhes você confere com o próprio
Cesar Rosa, que está se dedicando ao livro e podcast "Atenção, Silêncio no
Ar", em que conta a história do rádio FM em São Paulo.
Além de Rosa, você vai acompanhar como a Eldorado FM
entra em Alpha com a cantora Céu, autora da música Coreto (Alpha by Night) e
ver a locutora Walkíria Brit, que está à frente do programa tradicional criado
em 1987 na Alpha FM há mais de uma década.
Você pode escolher se quer entrar em sintonia com todos os detalhes dessa história no vídeo acima ou então no podcast Peças Raras, disponível no player abaixo ou neste link.
Capa do livro que gerou o podcast, em que Rosa conta histórias e estórias do rádio FM
A primeira turma da Cidade FM de São Paulo, em 1980 (acervo pessoal de Cesar Rosa)
Em pé: Cesar Rosa, Rony Magrini, Flávio Aschar e Paulinho Leite.
Agachados: Carlos Towsend, Bob Floriano, Tavinho Ceschi e Celso Giunti
No filme Heleno, de 2012, que percorre da glória ao precoce
fim do jogador Heleno de Freitas, Marcelo Adnet interpreta um narrador de
futebol dos anos 40.
Alguns anos antes, Adnet também mostrava a facilidade para
dar voz aos mais diferentes estilos de locutores em uma esquete do “Comédia
MTV”.
O programa teve três temporadas e estreou em março de 2010.
Em sua primeira equipe, conta, além de Adnet, com outros jovens humoristas que
hoje são conhecidos do grande público: Dani Calabresa, Bento Ribeiro, Fábio
Rabin, Rafael Queiroga, Guilherme Santana, Paulinho Serra, Tatá Werneck e
Rodrigo Capella.
Sobre o Comédia MTV, Marcelo Adnet afirma que algumas das
influências do programa foram o grupo inglês Monty Python e o programa TV
Pirata, que ficou no ar entre 1988 e 1992, na Globo.
Em 2006, o senado
federal aprovou uma nova data para a comemoração do dia do radialista. 7 de
novembro foi escolhido em homenagem ao nascimento de Ary Barroso.
Mais conhecido por
suas composições, entre elas, Aquarela do Brasil, Tabuleiro da Baiana, Rancho
Fundo... Ary Barroso também se destacou no rádio, em um tempo em que era
preciso ser muito versátil.
O radialista, que
nasceu em 1903, brilhou nos microfones, principalmente da Rádio Tupi do Rio de
Janeiro, como apresentador de programas de calouros, animador de auditório e ainda
como um dos pioneiros na arte de narrar futebol.
É tido como o
inventor da vinheta da hora do gol, ao utilizar uma gaitinha em suas
transmissões. Neste link, você encontra um radioteatro em que contamos essa história. Mas nesta edição vamos homenagear
outro narrador esportivo, que tal qual Ary, também é de Minas Gerais, do signo
de Escorpião e teve na Tupi do Rio de Janeiro o destaque para começar a ser
conhecido em todo o Brasil.
José Silvério
completa 75 anos de idade no próximo dia 11 de novembro. Por isso, colocamos na
área esta homenagem (no vídeo acima) mais do que merecida ao, talvez, mais premiado narrador
esportivo do rádio.
A primeira
oportunidade para narrar um jogo de futebol aconteceu em 20 de julho de 1963,
quando Silvério tinha 17 anos. “Os locutores da Rádio Cultura de Lavras, que
pertencia ao Grupo Bandeirantes, estavam de férias e um amigoindicou Silvério, dizendo que conhecia um
garoto que irradiava futebol de botão.
Natural de Itumirim, pequena
cidade localizada ao sul de Minas Gerais, que não tinha nem time de futebol,
Silvério é uma das maiores estrelas da narração do país e dá continuidade ao
estilo de outros dois grandes nomes dessa arte, Nicolau Tuma e Pedro Luiz.
Velocidade e precisão lance a lance são as marcas do “pai do gol” que trabalhou
em rádios como Itatiaia e Inconfidência, em Belo
Horizonte, Continental e Tupi, no Rio de
Janeiro, onde trabalhou como corresponde para a Tupi de São Paulo, no início
dos anos 1970. Em 77, é um dos que teve a oportunidade de narrar o gol de
Basílio que tiraria o Corinthians de um jejum de títulos. Alguns meses antes,
tinha sido escalado como titular da Jovem Pan, em São Paulo.
Depois da Pan,
Silvério ficou 20 anos como títular absoluto da equipe da Rádio Bandeirantes,
até se afastar no início deste ano.
Além de ser
conhecido pelo poder de, muitas vezes, antever o gol, a emoção é outra marca
que sempre valorizou, como conta nesta entrevista ao repórter Helvídio Mattos,
em 1994, na TV Cultura.
Depois de ganhar mais de 20 vezes o Prêmio da Associação dos Cronistas
Esportivos do Estado de São Paulo, José Silvério hoje dá nome ao troféu Aceesp.
No início de
setembro, ao participar de uma live da União dos Narradores e ser entrevistado
por Marcelo do Ó, Carlos Fernando e Napoleão de Almeida, o pai do gol afirmou
que um dos motivos pelos quais deixou a locução esportiva é o fato de ter
cansado da opção das rádios de transmitir as partidas de futebol dos estúdios e
não das cabines dos estádios.
Durante a carreira, Silvério narrou onze Copas do Mundo e três finais da
seleção brasileira (duas vitórias, em 1994 e 2002, e uma derrota, em 1998).
Um dos pioneiros da música popular no Brasil, nos anos 1940, Almirante se destaca
também como radialista e passa a ser chamado de “a mais alta patente do rádio”
na fase de ouro deste meio de comunicação.
Durante
muito tempo, seus programas são dedicados a séries sobre a música e os artistas
populares do nosso país. Em 1947, no entanto, surpreende ao colocar no ar mais
uma de suas criações.
O
programa de maior êxito na carreira de Almirante é exibido durante pouco mais
de uma década. As histórias inexplicáveis vividas por pessoas das mais diversas
regiões do país garantem a liderança de audiência nas noites de terça-feira,
pela Rádio Tupi. As famílias se reuniam em torno do rádio para ouvir casos
enviados por cartas. Para dar credibilidade e tornar o programa ainda mais
instigante, Almirante exigia nome completo e testemunhas. Uma equipe cuidava de
verificar a veracidade dos relatos e, se necessário, ia até o local dos fatos.
Alguns
dos casos verídicos de terror e assombração foram lançados em livro, pela
Editora Francisco Alves, em 1989. E é uma dessas histórias incríveis,
fantásticas e extraordinárias que você confere agora.
Salomão Ésper é gente de rádio. Disso não há dúvida. O jornalista, que se aposentou ano passado, costuma associar o Jornal Gente ao
principal acontecimento da carreira marcante que ele tem no rádio. O
programa que continua no ar, mesmo após Salomão se aposentar e da morte recente
de José Paulo de Andrade, foi criado às pressas.
Isso acontece depois de 16 anos em que Vicente Leporace
reinava no jornalismo das manhãs da Rádio Bandeirantes. Leporace comandava O
Trabuco e tinha enorme repercussão com a ironia e a coragem para emitir
opiniões, diante do avanço da ditadura, como suas principais marcas.
No domingo, 16 de abril de 1978, o “Trabuco” falece de
edema pulmonar.
No dia seguinte, ao lado de José Paulo de Andrade e do
saudoso Joelmir Beting, Salomão Ésper entra para a equipe do jornal que
substitui O Trabuco.
À Salomão, cabe o anúncio da entrada no ar do Jornal
Gente...
O sucesso da primeira fase do Jornal Gente pode ser
creditado às diferentes personalidades dos apresentadores que permaneceram a
maior parte na condução do programa.
A formalidade e jeito enérgico de Zé Paulo e o estilo
gentil e conciliador de Salomão tornavam as duas horas no ar agradáveis aos
ouvintes, que se sentiam representados na conversa e ainda contavam com os
comentários precisos e bem-humorados de Joelmir Beting.
Há mais de 40 anos no ar, o Jornal Gente hoje tem uma
nova equipe. Joelmir Beting morreu em 29 de novembro de 2012. José Paulo de
Andrade foi uma das vítimas do novo Coronavírus em julho deste ano de
2020.
Felizmente Salomão Ésper permanece como a memória viva do
rádio brasileiro. O jornalista deixou o Jornal Gente em fevereiro de 2019. Mas,
ao completar 91 anos de idade neste dia 26 de outubro, Salomão pode ser visto
constantemente em lives, como as da Academia Paulista de Jornalismo.
Acompanhe também outros áudios com Salomão Ésper, na homenagem que fizemos no podcast Peças Raras, no ano passado:
Este áudio histórico (no player abaixo) traz uma homenagem surpresa feita a Salomão, em 2013. Ouça ou relembre essa edição inesquecível do "Você é Curioso?". Acompanhe a edição completa do programa.
Acompanhe um dos momentos mais interessantes do programa, em que Salomão é surpreendido com um texto e dá uma leitura poética a ele. Só ao final, os apresentadores Marcelo Duarte e Silvania Alves revelam que aquele texto era nada menos do que ... Confira no vídeo:
No quadro "Interferência", que é apresentado todo sábado, no "Olá, Curiosos!", no canal do "Guia dos Curiosos" no Youtube, entre 10h e 12h, traz a história de uma das premiações mais valorizadas pela classe artística brasileira.
O Troféu APCA foi criado em 1956 pela Associação Paulista de
Críticos Teatrais e no início escolhia os melhores do teatro e da música
erudita.
No início dos anos 70, já como Associação Paulista de
Críticos de Arte, passa a premiar também os destaques nas áreas de literatura,
música, artes visuais, cinema, televisão e dança. Em 1980, o teatro infantil e
o rádio começam a concorrer ao TROFÉU APCA. Atualmente são 12 categorias
contempladas.
O “Você é Curioso?”, embrião deste “Olá, Curiosos!”, foi
premiado como melhor programa de Cultura Geral em 2005.
O Grande Prêmio da Crítica daquele ano foi para o ator Paulo
Autran, que comandava a coluna Quadrante diariamente pela Bandnews FM. Toda
manhã os ouvintes acompanhavam a interpretação única para versos de Cecília
Meirelles, Drummond, Olavo Bilac, Alphonsus de Guimarães etc.
As participações de Autran no rádio começaram, ainda na
década de 1950, na Rádio MEC do Rio. Em 1965, na antiga Eldorado AM, ganhou
mais destaque ao comandar o Cinco Minutos com Paulo Autran.
O ator deixou os ouvintes órfãos ao morrer em 12 de outubro
de 2007, aos 85 anos. Como último pedido, solicitou à companheira, a atriz Karin
Rodrigues, que tornasse público que havia morrido por causa do cigarro.
O interessante é que com a proliferação dos podcasts é
possível encontrar muitos dos boletins de Paulo Autran, em Quadrante, em
aplicativos de podcast: https://www.podomatic.com/podcasts/quadrante
DETALHES DO TROFÉU
Uma última curiosidade: o atual troféu APCA foi criado em
1998 por Francisco Brennand. Naquele final dos anos 1990, o consagrado
ceramista conquista – na categoria Artes Visuais - o prêmio de melhor obra
tridimensional.
Até aquela data, sempre um dos nomes premiados em Artes
Visuais era convidado a criar um novo troféu.
Desde 1998, a estatueta criada por Brennand permanece como
símbolo da premiação da entidade e objeto de desejo entre artistas e
profissionais das artes.
O troféu é confeccionado em bronze e tem dimensões de 9cm x
17cm, em formato cônico e com as iniciais F.B. do artista, no seu verso.
Francisco Brennand, que se notabilizou por sua obra em
cerâmica, morreu dezembro do ano passado, aos 92 anos.
Abaixo, com pesquisa do crítico de rádio Marco Antonio
Ribeiro, você encontra a lista com os vencedores do ano passado (2019). A lista com
todos que conquistaram o prêmio na categoria rádio ao longo dos últimos 40 anos
está neste link.
RÁDIO - Troféu apca 2019
Programa jornalístico: "Radar Noticioso" - Rede Metropolitana (Vale do Paraíba)
Apresentador (jornalismo): Roberto Nonato (CBN)
Produtor/apresentador (musical - popular): Jones Mendes e Tonho Prado - "Coração Sertanejo" (Nativa FM)
Produtor/apresentador (musical - pop/rock): André Góis - "Hora da Vitrola" (Eldorado FM)
No final dos anos 90, Zé Paulo da Glória e Lélio Teixeira estavam na 97 FM.
Juntos, criaram um projeto de um programa sobre futebol para a emissora. A direção da emissora sugere que eles próprios apresentem o programa. Nascia ali o embrião do "Estádio 97". Logo depois, já na Brasil 2000 FM, de São Paulo, com Beto Hora integrando a atração, criam o Na Geral.
Duas décadas depois e com êxito por todas as emissoras que passou, o Na Geral estreia nesta terça, dia 13 de outubro, na Massa FM, com Frank Fortes somando ao time (o que já vinha acontecendo durante a temporada na Kiss FM).
Nesta edição, você confere algumas das imitações de Beto Hora, uma das marcas do programa e ainda, no "Achados do Espaço", uma das primeiras reportagens feitas para o podcast Peças Raras: entrevista com Zé Paulo e Lélio gravada na Bandeirantes em abril de 2007.
As imitações de Beto Hora e um pouco da história do Na Geral também foram o destaque do quadro Interferência, que apresento todo sábado, entre 10h e meio-dia, no canal do Youtube do "Guia dos Curiosos". Confira abaixo:
Neste Interferência, duas campanhas criativas de emissoras de rádio, que buscam inspirar as pessoas a pensarem em temas essenciais a todos.
A Jovem Pan de Curitiba foi premiada em Cannes pelo "Transplante de Música", em que um artista empresta a voz à música de outro; Já a Nova Brasil tirou o sangue das músicas para mostrar como faz falta.
Acompanhe no vídeo abaixo:
O quadro "Interferência" vai ao ar aos sábados, ao vivo, no "Olá, Curiosos!", projeto de Marcelo Duarte que dá continuidade à trajetória do programa de rádio "Você é Curioso?". Você pode acompanhar pelo Youtube ou Facebook do Guia dos Curiosos.
#PraCegoVer #PraTodosVerem: Foto antiga, com dezenas de profissionais da rádio e da TV Tupi, em 1950, diante do prédio onde a televisão foi inaugurada, no Sumaré, em São Paulo. Todos estão elegantemente vestidos, com destaque para as mulheres à frente, com bolsas vistosas.
Hoje, 18 de setembro de 2020, a TV brasileira comemora 70 anos no Brasil. Tudo começou com o "Show na Taba", da TV Tupi. Acompanhe o depoimento de Lima Duarte, que estava nessa primeira transmissão.
A publicidade na era da TV ao vivo
E os comerciais de TV nos anos 50, como eram? Até o surgimento do videotape na década seguinte, prevalecia a programação ao vivo, inclusive na publicidade, que contava com as garotas-propaganda. No entanto, havia exceções, como as que você pode ver no vídeo abaixo:
Os pioneiros
Confira também uma edição especial produzida para o podcast Peças Raras, com lembranças dos pioneiros Lima Duarte, Hebe Camargo e Cassiano Gabus Mendes sobre a chegada da TV no Brasil.
AMIGOS, TARDES E PETECAS (Lima Duarte)
A gente chegou para jogar peteca – Hebe Camargo, Lolita Rodrigues, Walter Forster, Heitor Andrade, Dionísio Azevedo, Ribeiro Filho, Osni Silva e eu. Todos grandes amigos.
Era de tardezinha e isso aconteceu num tempo em que ainda existiam amigos, tardes e petecas... Um sujeito lá virou para nós e disse: “Não! Não podem mais jogar aqui!” O Osni Silva, que era o mais destemperado, perguntou: “Não pode por quê?” E o homem respondeu: “Porque nós vamos limpar este terreno e amanhã começamos a furar tudo para fazer a televisão.”
Era 1948 e eu trabalhava lá desde 1946. Tudo comprovado e atestado em minha carteira profissional. Eu tinha 16 anos e chegara de Minas Gerais, mais precisamente de Desemboque, em 1946, de maneira que a televisão veio estragar o nosso campo de peteca. Furaram, arrebentaram tudo e construíram a primeira emissora de televisão da América Latina, a TV Tupi Difusora de São Paulo. A segunda foi a TV Cubana, inaugurada no mesmo ano, mas no mês de novembro. A Tupi era de setembro, 18 de setembro mais precisamente. O Walter Forster morreu sustentando que a primeira fora a Cubana e que Havana naquela época era o bordel dos americanos; então, nada mais natural do que a existência de uma TV num bordel. Eu estive em Havana, não a do Fulgêncio (o bordel), mas a do Fidel, um povo íntegro, digno e corajoso, e comprovei que a televisão brasileira é dois meses mais velha.
Tudo isso porque eu considero importante que saibam do contexto em que tudo aconteceu. O contexto era este: amigos, tardes, petecas, e é bom que saibam que eu estive lá desde o começo, ou antes do começo.
Quando a televisão ficou pronta, instalou-se um problema: quem seria o primeiro diretor artístico da América Latina? Existiam três candidatos (eu gosto muito de pensar que televisão seria essa, se um dos outros dois tivesse sido o escolhido): Walter George Durst, Túlio de Lemos e Cassiano Gabus Mendes. Venceu o último, que, uma vez escolhido para ser o diretor, disse: “Eu exijo que o meu assistente seja o Lima Duarte.” Eu gritei: “Opa! Que é isso, está querendo me estrepar? Vou deixar de ser o melhor sonoplasta da Rádio Tupi Difusora para ser diretor de televisão? De jeito nenhum.” Foi então que ele escolheu o Luiz Gallon e, como assistente do Gallon, o Luiz Gustavo, seu cunhado.
É realmente verdadeira aquela história que contam até hoje de que no dia 18 de setembro, depois da inauguração, houve um jantar. Já na sobremesa e antes do cafezinho, o Cassiano perguntou: “Ih... e amanhã o que é que a gente põe no ar?!” Saímos correndo aos consulados para ver quem tinha algum filme para ser exibido na televisão e achamos uma porção: filmes sobre história natural, biologia, Cubismo, os perigos da doença venérea, os males que a sífilis traz e Marshall McLuhan; enfim, uma televisão muito louca.
Um ano depois desse happening, em 1951, o Cassiano teve a idéia de fazer uma telenovela, pois é bom que se diga que a televisão no Brasil foi implantada e sustentada por gente de rádio. Nem jornalistas, nem intelectuais, nem o pessoal do teatro, nem a comunidade universitária, ninguém tomou conhecimento e, nós, os do rádio-teatro, tocamos aquilo. Nada mais natural do que a adaptação de uma novela de rádio para a televisão. Foi quando aconteceu o tão falado fenômeno Sua Vida me Pertence, de Walter Forster, interpretada pelo Walter e pela Vida Alves.
Nessa telenovela apareceu não só o primeiro beijo, mas também o primeiro bandido, o primeiro delegado, o primeiro médico, o primeiro pai, a primeira mãe, o primeiro amor, o primeiro desengano, a primeira esperança, a primeira lágrima, a primeira insídia e o primeiro final feliz, com o tal beijo; enfim, tudo o que existe nas novelas até hoje. O engraçado nesse primeiro beijo é que a autoridade de plantão o proibiu, argumentando: “Não. As televisões entram nos lares e esses lábios unindo-se em lascívia, penetrando o recôndito do lar brasileiro, vão ofender a moral da família.” Bem, era um tempo em que ainda existiam famílias, lábios e lascívia. Os autores disseram: “Não. O beijo é necessário”, e os atores disseram que também queriam beijar. O general insistiu: “Não.” O juiz também disse: “Não.” O bispo fez eco: “Não, não e não. Ainda se fossem americanos, mas são brasileiros beijando-se com bocas brasileiras, isso nunca.” No dia do último capítulo que iria ao ar à oito horas da noite, houve uma reunião na sede da censura para a decisão do beija ou não beija. Só às seis horas saiu o veredicto. “Beija, mas de boca fechada.” Essa foi a melhor história da primeira telenovela ainda não diária. Eu estava lá e era o bandido.
O mais curioso, e que talvez mereça mesmo uma análise, foi a segunda telenovela. Um êxito enorme! Claro, só havia nós no ar e a novela era rural, já a segunda... Chamava-se Sangue na Terra, de Péricles Leal, ele também um intelectual, paraibano, filho de Simião Leal, jurista, ficcionista, um homem de letras. A novela passava-se na Serra de Borborema e contava a história de Antonio Silvino, o maior cabeça de jagunço que jamais houve, sob o comando de quem o iniciou no cangaço, Virgulino Ferreira, o Lampião.
Se for verdade que o Brasil passou da sociedade rural à sociedade urbana, ou se está passando em apenas cinqüenta anos, não menos verdade é que o brasileiro ficou com um pé na roça, e desse pé na roça surgiram novelas lindas! Entre as dez melhores eu destacaria umas sete de ambientação rural; a primeira em cores, O Bem Amado, na qual eu também estava, pois era o Zeca Diabo; a primeira da “nova República”, Roque Santeiro, em que eu estava também, fazendo Sinhozinho Malta.
Para concluir, a novela que marcou aquele período inicial foi mesmo O Direito de Nascer, também dirigida por mim. Uma novela rigorosamente genial. Como era novela de rádio cubana, transportada para televisão e para o Brasil, eram necessários muitos acontecimentos. Para falar dela, aproveito Umberto Eco em Viagem na Irrealidade Cotidiana: “(...) é preciso colocar tudo e para colocar tudo é preciso escolher no repertório do já comprovado. Quando a seleção do já comprovado é limitada, tem-se a série maneirista, o seriadozinho e até mesmo o kitsch, mas, quando do já comprovado se coloca tudo, tem-se uma arquitetura como a da igreja Sagrada Família, de Gaudí. Fica-se com vertigem, esbarra-se na genialidade”.
Depois de O Direito de Nascer, uma pá de cal despencou sobre os barões, filhos naturais, sinhazinhas, babás remanescentes da escravidão, coronéis furibundos. Essa pá de cal chamou-se Beto Rockfeller, de autoria de Bráulio Pedroso, na época editor do suplemento de O Estado de São Paulo, que desenvolveu a novela baseado numa idéia de Cassiano Gabus Mendes para a interpretação de Luiz Gustavo e direção de Lima Duarte. Assim, só me restava mesmo ir para a TV Globo, emissora em que estreara o segundo grande executivo de televisão: José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, que contratou a equipe de Beto Rockfeller para fazer na Globo uma revolução, O Bofe, a mais anárquica de todas as telenovelas, escrita pelo mesmo Bráulio Pedroso. Mas revolução não se encomenda, acontece, e a novela acabou não obtendo o sucesso esperado. Eu ainda tinha um mês de contrato a cumprir e fui obrigado a fazer um papel episódico na primeira novela em cores, O Bem-Amado. Iria participar de cinco capítulos apenas, mas o Zeca Diabo não pôde sair – o público obrigou-os a mantê-lo até o fim da trama e matar Odorico Paraguaçu, que inaugurou o cemitério de Scucupira.
Bem, esse foi o começo das telenovelas. Agora se diz que os reality shows ocuparão, na afetividade popular, o lugar das telenovelas. Eu gosto da idéia de que essa nova maneira de contar histórias venha a substituir a antiga. Se for verdade que cada movimento considerado artístico empurra o anterior para o território da arte absoluta, assim como a dança empurrou a música, o teatro empurrou a dança, o cinema empurrou o teatro e o teleteatro empurrou o cinema, que bom se os reality shows nos empurrarem mesmo para o recôndito universo das grandes histórias que contam com grandeza, sabedoria, ternura e beleza a história de um povo e seu destino.
Escrito por Lima Duarte – Prefácio do livro “A Hollywood Brasileira – Panorama da Telenovela no Brasil”, de Mauro Alencar.
No
dia 26 de setembro de 2020, o “Olá, Curiosos!”, programa que dá continuidade ao
“Você é Curioso?” – atração que permaneceu 19 anos no ar pela Rádio
Bandeirantes -, tratou de “humor no rádio”.
O
recorte foi feito com atrações radiofônicas que fizeram e fazem sátira ao
próprio rádio. O destaque principal foi a participação do elenco do “Meio Rádio
– podcast de humor”: Caetano Cury, Hugo Vecchiato e Leandro Gouveia. A edição
completa, que aliás está imperdível, pode ser acompanhada neste link.
No
vídeo abaixo, você confere como foi o quadro Interferência, em que falamos
sobre o pioneirismo do PRK-30; da Rádio Camanducaia; do personagem de Chico
Anysio, Roberval Taylor e ainda o registro de uma “pegadinha” feita com Salomão
Ésper.
Quando o rádio satiriza o rádio
Antes
do rádio, esquetes humorísticas já eram comuns no chamado teatro de revista,
que trazia crítica aos costumes e sátira política.
Gravações
de discos em teatros, com música e piadas, também foram importantes para
inspirar a linguagem do humor no rádio.
Cornélio
Pires registrou em dezenas de livros o jeito de falar, as músicas e expressões
usadas pelos caipiras e foi responsável por lançar as primeiras gravações em
disco de música caipira, há quase 100 anos.
Depois
que se aposentou do jornalismo, passou a viajar pelo país com seu TEATRO
AMBULANTE CORNÉLIO PIRES. Nos causos de Cornélio Pires, o caipira sempre dava
um nó em quem se achava esperto, como os políticos.
PRK-30
Nas
décadas de 1930/40, no Rio de Janeiro, o produtor Renato Murce criou,
apresentou e produziu diversas atrações. Uma delas, Piadas do Manduca, reunia
no elenco, além do próprio Murce, Brandão Filho, Lauro Borges (Manduca) e Castro
Barbosa.
Dali
nasce o PRK-20, exibido na Rádio Clube do Brasil. Nos anos 40, a dupla é
contratada pela Mayrink Veiga e na nova emissora passa a se chamar PRK 30. Castro
Barbosa era o Megatério Nobabo do Alicerce e Lauro Borges, Otelo Trigueiro. Em
algumas edições, José Vasconcelos participou como substituto de um dos dois.
PRK-30
satirizava programas de rádio de grande audiência à época, como “Ginástica no
Rádio” (Osvaldo Diniz), “Repórter Esso” e “Calouros em Desfile”. Em 45, a
atração passa a ser veiculada na Nacional, do Rio, e em 1950 ganha uma
temporada na Rádio Record de São Paulo.
Rádio Camanducaia
Pai
dos programas que misturam humor e futebol, o “Show de Rádio”, uma criação de
Estevam Sangirardi, estreou em 1969, na Jovem Pan.
Além
de personagens que representavam os times (Comendador Fumagale; Noninha; Lorde
Didu du Morumbi; o mordomo Archibald; O
Joca e a Nega; Zé das Docas e Lança-Chamas), uma atração se destacou no Show de
Rádio: a Rádio Camanducaia – que falava para a cidade e cochichava para o
interior.
Tudo
começa quando Odayr Baptista entra no lugar de Eduardo Leporace na equipe do programa.
Ele mostrou a ideia da Rádio Camanducaia para Sangirardi quando ainda estava na
Bandeirantes, na apresentação do “Arquivo Musical”.
A
ideia do nome veio quando Odayr foi a Poços de Caldas e na estrada viu um
caminhão em que estava escrito “Água Camanducaia”. Ele achou sonoro e ficou com
o nome na cabeça.
No
quadro do “Show de Rádio”, a imitação de Fiori Giglioti e os famosos reclames
publicitários eram algumas das marcas. A inspiração vem de casas comerciais que
existiam em Poços de Caldas, quando ele era criança e ouvia o rádio da região.
No player abaixo ou neste link, você acompanha o episódio 14 da atual temporada do podcast Peças Raras, em que a Rádio Camanducaia e o Meio Rádio foram os destaques:
CHICO ANYSIO E ROBERVAL TAYLOR
Criado
nos anos 70 por Arnaud Rodrigues, o personagem Roberval Taylor fez parte de
vários programas do Chico Anysio.
O
locutor da rádio de Chico City foi inspirado no apresentador de um programa de
muito sucesso nos anos 70, O Poder da Mensagem: Hélio Ribeiro (nome artístico
de José Magnoli, falecido em 6 de outubro de 2000).
O
ponto de partida de Chico era de que todo locutor do interior tem um ídolo na
cidade grande. É quando coloca a voz de Hélio Ribeiro no Roberval. A peruca que
escolheu era parecida com o cabelo do Hélio, que Chico Anysio só conhecia de
ouvir na rádio Bandeirantes.
Hélio
não gostou nada da brincadeira, que Chico tinha imaginado como uma homenagem. Na
autobiografia que escreveu no anos 90, Chico afirma que Hélio “Andou
telefonando, prometeu dar uns Tiros, reclamou muito”.
Deu
pano pra manga e chegou a ser noticiado que Chico Anysio havia sido ameaçado de
morte, em revistas como a TV Tudo.
Chico
Anysio explicou a Hélio Ribeiro qual era a real intenção e aos poucos ficaram
próximos. Daí surge o convite para uma participação de Chico no programa “O
Poder da Mensagem”.
Chico
relata que os corredores da Bandeirantes encheram-se de gente e eles fizeram o
programa juntos. Na saída do estúdio, o
humorista foi ao banheiro e entendeu a razão da bronca de Hélio. Estava escrito
no Mictório :